sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Este Filme Merece um Oscar

Desde os anos 1980 o efeito estufa, que acarreta no tão temido aquecimento global, vêm preocupando toda uma geração. No início de Fevereiro, um artigo da Science , escrito por Ronggui Yang e Xiaobo Yin da Universidade do Colorado, pode dar uma contribuição para reduzir este danoso efeito através do desenvolvimento de um filme que pemite a refrigeração de edifícios sem o uso de ar-condicionado.

O novo filme funciona por um processo chamado resfriamento radiativo. A ideia veio do processo natural de nossa atmosfera, que altera certos comprimentos de onda, fazendo que o calor seja expelido de nossa atmosfera. Uma espécie de escudo que reflete
apenas o calor. A ideia do filme é a reprodução deste efeito, convertendo o calor indesejado do infravermelho (que já passou pela atmosfera) neste mesmo comprimento que permite a saída do calor de nossa atmosfera.

Dr. Yang e Dr. Yin não são os primeiros a tentar arrefecer edifícios desta maneira. Em 2014 cientistas fizeram um projeto em um pédio, porém o material era de difícil produção e muito dispendioso. A novidade deste filme é que foi produzido através de materiais acessíveis e de baixo investimento, resultando em folhas de 50 microns de espessura que puderam ser produzidas por cerca de 50 centavos o metro quadrado.

O efeito é de em resfriamento de 93 watts (0,093 kW) por metro quadrado na luz solar direta, e um pouco mais potente ainda à noite. A equipe estima que 20 metros quadrados de seu filme, colocado em cima de uma casa americana média, seria suficiente para manter a temperatura interna a 20°C em um dia que a temperatura era 37°C.

As empresas de ar-condicionado recomendam hoje sistemas de 100 a 140 watts (0,1 a 0,14 kW) por metro quadrado em ambientes comuns e de 80 a 100 watts (0,08 a 0,1 kW) por metro quadrado em quartos de dormir, dependendo do clima local e do projeto da casa. Logo o filme consegue atingir um resultado de resfriamento muito semelhante ao proposto pelos atuais sistemas de ar-condicionado, porém sem emitir qualquer poluente e sem gastos de energia.

O filme por si só, apesar de resfriar bem os ambientes, não mantém a estabilidade da temperatura. O time de pesquisa sugere que, para regular o resfriamento, seria interessante desenvolver algum sistema de canos de água para utilizar o calor externo na regulagem da temperatura interna. Ao contrário do sistema de resfriamento (que usa apenas o filme), esses sistema de bombas necessitaria um pouco de energia.

( Fonte: The Economist )

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